“Inadmissível”, diz Cármen Lúcia sobre ofensiva contra Fachin
Reportagem de VEJA desta semana revela que Temer acionou o serviço secreto para investigar o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo
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10 jun 2017, 13h32 - Publicado em 10 jun 2017, 13h17
Em nota divulgada neste sábado, a presidente do
Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, afirma que “é
inadmissível a prática de gravíssimo crime contra o STF, contra de
democracia e contra as liberdades, se confirmada informação de devassa
ilegal da vida de um de seus integrantes”.
Reportagem de VEJA desta
semana informa que o governo, em ofensiva contra a Lava Jato, acionou a
Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para bisbilhotar a vida do
ministro Edson Fachin, relator do inquérito aberto contra o presidente
Michel Temer por corrupção, organização criminosa e obstrução de
Justiça.
“Própria das ditaduras”, continua Cármen Lúcia, “como é esta
prática, contrária à vida livre de toda a pessoa, mais gravosa é ela se
voltada contra a responsável atuação de um juiz, sendo absolutamente
inaceitável numa República Democrática, pelo que tem de ser civicamente
repelida, penalmente apurada e os responsáveis exemplarmente processados
e condenados na forma da legislação vigente”.
“O Supremo Tribunal Federal repudia, com veemência, espreita
espúria, inconstitucional e imoral contra qualquer cidadão e, mais
ainda, contra um de seus integrantes, mais ainda se voltada para
constranger a Justiça”, afirma a presidente da Corte. “Se comprovada a
sua ocorrência, em qualquer tempo, as consequências jurídicas, políticas
e institucionais terão a intensidade do gravame cometido, como
determinado pelo direito.”
Também em nota, divulgada ontem, o presidente Michel Temer
negou que tenha usado a Abin para investigar a vida do ministro Fachin.
“O governo não usa a máquina pública contra os cidadãos brasileiros,
muito menos fará qualquer tipo de ação que não respeite aos estritos
ditames da lei”, diz o comunicado.
Leia abaixo a íntegra da nota de Cármen Lúcia:
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