Luiz Marques é professor livre-docente do Departamento de História do IFCH /Unicamp. Pela editora da Unicamp, publicou Giorgio Vasari, Vida de Michelangelo (1568), 2011 e Capitalismo e Colapso ambiental, 2015, 2a
edição, 2016. Coordena a coleção Palavra da Arte, dedicada às fontes da
historiografia artística, e participa com outros colegas do coletivo Crisálida, Crises SocioAmbientais Labor Interdisciplinar Debate & Atualização (crisalida.eco.br).
Os recordes climáticos de 2017 e o legado da atual geração
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Em
janeiro de cada ano, o MET Office, a agência britânica de pesquisas e
previsões sobre meteorologia e mudanças climáticas, atualiza seu decadal forecast,
i.e., sua previsão climática para os próximos dez anos. O título do
último comunicado, “Previsão para os próximos cinco anos indica mais
aquecimento”[1],
nada tem de novo. Dada a dinâmica inercial do aquecimento global,
sabemos que “mais aquecimento está em curso e ocorrerá mesmo sem mais
gases de efeito estufa”, para dizê-lo nos termos de James Hansen[2].
O que é novo, ainda que não surpreendente, na declaração do MET Office é
a possibilidade de estourarmos já nos próximos cinco anos a meta de
aquecimento que o Acordo de Paris, em vigor desde novembro de 2016,
almejava não ultrapassar neste século: “Há uma pequena chance (cerca de
10%) de que ao menos um ano no período [2018-2022] possa exceder 1,5º C acima dos níveis pré-industrais (1850-1900). É a primeira vez que tão altos valores vêm à baila nessas previsões”.
Para o novo relatório do IPCC, com publicação prevista para outubro
de 2018, mas divulgado em seu estado de rascunho pela Agência Reuters
em 18 de janeiro passado, “há um alto risco” desse limite de 1,5º C
ser ultrapassado até 2040. O contraste de datas entre o MET e o IPCC é
apenas aparente porque, como o MET esclarece, há um intervalo de alguns
anos entre o aquecimento ultrapassar momentaneamente 1,5º C (2018-2022) e
instalar-se acima desse patamar, o que deve ocorrer na segunda metade
do próximo decênio. Da mesma maneira, antes de atingir em 2015 o nível
agora irreversivelmente ultrapassado de 1º C, chegamos a “queimá-lo”
pela primeira vez em 2010, como mostra a Figura 1
Além disso, a preposição até na locução “até 2040” (by 2040) do IPCC indica um cauteloso termo limite, um terminus ante quem,
e pode significar uma data qualquer nos próximos dois decênios. Na
realidade, ela indica uma data provável já no próximo decênio, pois,
segundo a Reuters, o texto ainda em revisão do IPCC afirma[3]:
“Estima-se que a humanidade poderia ainda emitir tão somente 580
bilhões de toneladas [Gigatoneladas ou Gt] de gases de efeito estufa
[GEE] para ter uma chance maior que 50% de limitar o aquecimento a
1,5º C – o que equivale a um prazo de 12 a 16 anos mantido o nível atual
das emissões desses gases”.
Se tomarmos por base o ano de 2016, quando, segundo o
Emission Database for Global Atmospheric Research (EDGAR), as emissões
globais de GEE atingiram 53,4 GtCO2-eq, ultrapassaremos esse limite de 580 Gt nos próximos 10 a 11 anos.
Essas estimativas do MET e do IPCC são corroboradas por uma terceira e
por uma quarta projeção. Em 2016, o Climate Central, uma ONG nascida de
um encontro de climatologistas na Yale University, afirmava que,
“mantido o nível atual de emissões (RCP8,5), podemos cruzar o limiar de
1,5º C em 10 a 15 anos, isto é, em algum momento entre 2025 e 2030[4].
A quarta projeção, enfim, publicada em setembro de 2017 na Geophysical
Research Letters, propõe que, se a Oscilação Interdecenal do Pacífico
(IPO[5]) tornar-se positiva ou permanecer negativa, atingiremos +1,5º C em 2026 ou em 2031, conforme mostra a Figura 2.
2017 no contexto da aceleração
das mudanças climáticas
das mudanças climáticas
Lembremos que os 20 anos mais quentes dos registros históricos,
iniciados em 1880, ocorreram justamente nos 20 anos decorridos entre
1998 e 2017. E os 4 anos mais quentes dessa série de 137 anos incidem no
quatriênio 2014-2017. Como se insere nessa aceleração o ano de 2017?
Como seria de se esperar num quadro de aceleração das mudanças
climáticas, 2017 quebrou vários recordes. Mas talvez nenhum ano dos
registros históricos tenha se mostrado mais rico que o ano passado em
número e variedade de sintomas de aceleração de nossa trajetória rumo a
uma degradação socioambiental catastrófica. Em 18 de janeiro de 2018, a
Organização Meteorológica Mundial (OMM) declarou que “2015, 2016 e 2017
foram confirmados como os três anos mais quentes dos registros globais,
sendo que 2017 foi o ano mais quente sem um El Niño”. Isso se traduziu
em ondas de calor sem precedentes. Queensland e New South Wales, na
Austrália, bateram o recorde de calor, com temperaturas próximas de 50º
C.
Na Europa, “Lúcifer”, como foi chamada a onda de calor europeu de
2017, bateu, na zona mediterrânea, o recorde de intensidade da onda de
calor europeu de 2003[6].
Em junho de 2017, Las Vegas bateu seu recorde de temperatura, atingindo
47º C. Em julho, na cidade chinesa de Xi’an, o termômetro atingiu por
oito dias temperaturas acima de 40º C. Em Xangai, ele subiu a 40,9º C,
em Trupan, a 49º C, em Shaanxi, a 44,7º C, temperaturas todas que
romperam novos recordes históricos no país. Em Jales, no estado de São
Paulo, em 11 de setembro de 2017, a temperatura ainda invernal chegou a
37,2º C. Na capital, ela chegou nesse mesmo dia a 31,9º C, recorde
batido apenas por 2016, quando chegou a 33º C<[7].
O ano de 2017 quebrou recordes também no que se refere a eventos
meteorológicos extremos e inundações. Houve no ano passado 17
tempestades nomeadas, 10 furacões e seis furacões de categoria 3 ou mais
alta, todos esses números acima da média histórica. Em agosto, o
furacão Harvey que se abateu sobre Houston e região, no Texas (EUA),
trouxe a maior quantidade de chuvas dos registros históricos (1.539 mm)
ao longo de quatro dias nesse país, causando pela terceira vez, após
2001 e 2015, uma inundação supostamente esperada “a cada 500 anos”. Em
setembro, o Irma devastou o Caribe, com ventos de até 297 km/h que se
mantiveram por 37 horas, a mais longa duração registrada no mundo.
Apenas nos EUA, enquanto tais eventos extremos, incêndios e inundações
trouxeram prejuízos de US$ 144 bilhões em 2005, os piores até então,
2017 trouxe prejuízos de US$ 306 bilhões[8].
Níveis igualmente sem precedentes de incêndios florestais ocorreram
nos EUA, Europa (Portugal, Espanha, França, Itália, Romênia), Austrália e
na Ásia do Sudeste. O Brasil teve em 2017 um número recorde de
incêndios florestais na série histórica, iniciada em 1999. “A análise
dos locais onde os incêndios ocorreram mostra que, neste ano, o fogo
aumentou em áreas de floresta natural, avançando em pontos onde antes
não havia registro de chamas, e atingindo unidades de conservação
e terras indígenas. Entre todos os biomas, o Cerrado foi o que teve mais
unidades de conservação atingidas, contabilizando 75% de toda a
destruição nas áreas protegidas”.
Até 18 de dezembro, haviam sido registrados “cerca de 272 mil focos
de fogo, 46% a mais do que em 2016 e acima do recorde anterior, de 2004,
quando foram detectados 270 mil pontos de calor. Incêndios criminosos
destruíram 986 mil hectares de unidades de conservação (...). O número
ficou próximo do registrado no ano passado, quando foram destruídos
cerca de 1 milhão de hectares. Nas terras indígenas, os focos aumentaram
70% e ultrapassaram 7 mil”[9].
Quanto ao branqueamento de corais, o Coral Reef Watch da National
Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) afirmou em seu boletim de
janeiro de 2018 que o Terceiro Evento Global de Branqueamento de Corais,
terminado em junho de 2017, é o primeiro a perdurar três anos
consecutivos[10].
Esse evento “permanece o mais longo, o mais amplo e possivelmente o
mais danoso evento de branqueamento de corais jamais registrado. Ele
afetou mais corais que qualquer outro evento de branqueamento anterior”[11].
Salto sem precedentes
no aquecimento oceânico
no aquecimento oceânico
A mais inequívoca assinatura do aquecimento médio global é a
temperatura dos oceanos, pois sua faixa superficial absorve mais de 90%
do calor excedente produzido pelas crescentes concentrações atmosféricas
de gases de efeito estufa. Aqui, a aceleração é igualmente evidente.
Sabemos que “metade do aumento do calor absorvido no oceano globalmente
desde 1865 foi acumulado desde 1997”[12].
Sabemos também que o aumento do calor contido no oceano entre 1992 e
2015 quase dobrou em relação ao aumento ocorrido nas três décadas
anteriores (1960 - 1990)[13], como mostra a Figura 3.
Mais que aceleração, o ano
de 2017 foi, em toda a série histórica, o ano do grande salto no
aquecimento nos oceanos até a profundidade de dois mil metros[15].
A Figura 4 mostra as anomalias crescentes na energia térmica em Joules
do oceano em relação ao período de referência, 1981-2010.
O
que se vê aqui é outra demonstração da aceleração em curso do
aquecimento global, e talvez a mais irrefutável porque as mudanças
climáticas nos oceanos são livres de “ruídos” meteorológicos de curto
prazo, típicos da atmosfera. Entre 1958 e 1995, todos os anos mostram um
oceano mais frio que a temperatura oceânica do período 1981-2010. Mas a
partir de 1998, todos os anos foram mais quentes em relação a esse
período de referência. Segundo o Instituto de Física Atmosférica (IAP)
da China, os últimos cinco anos foram os mais quentes das medições
disponíveis, com 2017 ocupando o topo do pódio. Em 2017, afirmam Lijing
Cheng e Jiang Zhu:
“A faixa superior de 2 mil metros dos oceanos foi 1,51 x 1022 Joules mais quente do que 2015, o segundo ano mais quente, e 19,19 x 1022 Joules
acima do período de referência climatológica, 1981 – 2010. Para se ter
uma comparação, a geração total de energia elétrica na China em 2016
equivale a 0,00216 x 1022 Joules, ou seja, ela foi 699 vezes menor que o aumento líquido de calor no oceano em 2017”.
Eis a progressão do aquecimento oceânico nos últimos cinco anos, sempre em relação ao período de referência (1981-2010):
- 2017: 19,19 × 1022 J
- 2015: 17,68 × 1022 J
- 2016: 17,18 × 1022 J
- 2014: 16,74 × 1022 J
- 2013: 16,08 × 1022 J
Observe-se que 2017 registra um salto sem precedentes em relação
a 2016 e em relação também a qualquer outro intervalo anual no período
quinquenal em exame. Trata-se de um salto de 2,01 x 1022 J entre 2016 e 2017, quando o maior intervalo anterior (de 2015 em relação a 2014) foi de 0,94 x 1022.
Como advertem ainda Cheng e Zhu, “o aumento na temperatura do oceano em
2017 resultou em uma elevação média de 1,7 milímetro do nível do
oceano”, sendo que outro tanto se deveu ao degelo, numa elevação média
total de 3,4 mm em 2017[16].
A aceleração das mudanças climáticas
e o descumprimento do Acordo de Paris
e o descumprimento do Acordo de Paris
As mensurações e as projeções acima citadas, em meio a uma profusão
de dados convergentes, demonstram à saciedade que as mudanças climáticas
estão se acelerando. Salvo para os que acreditam que a Terra é plana ou
que o capitalismo pode-se tornar sustentável, essa evidência não está
mais sujeita a discussão. Sua mais elementar demonstração encontra-se
nas taxas de aumento médio anual das concentrações atmosféricas de gases
de efeito estufa (GEE) desde 1991:
Concentrações atmosféricas de CO2-eq (GEE) em partes por milhão (ppm) e aumento médio anual em cada período (dois decênios e o quinquênio 2011-2016)
A
aceleração das taxas de aumento das concentrações atmosféricas de GEE
nos últimos 25 anos implica correlativa aceleração do aquecimento global
(tal como mostra, acima, a Figura 1). E dado que o aquecimento
atmosférico e marítimo afeta negativamente os ecossistemas, a
biodiversidade, a economia, a segurança energética, hídrica e alimentar
das sociedades, além de intensificar os eventos meteorológicos extremos,
a ação de agentes patogênicos, a letalidade por ondas de calor extremo e
a elevação do nível do mar, pode-se concluir com razoável segurança
que, em termos socioambientais, o próximo decênio será pior que este que
se aproxima de seu fim.
Quão capazes seremos de atenuar essa piora, eis algo que (ainda)
depende da lucidez e da coragem política das sociedades de abandonar os
combustíveis fósseis antes que eles nos destruam. Por enquanto, as
sociedades deixam-se iludir por seus governos, que se comprometem a
diminuir as emissões a cada COP, enquanto mantêm o pé bem fundo no
acelerador dos combustíveis fósseis. O relatório de novembro de 2017 da
PBL Netherlands Environmental Assessment Agency adverte que, dois anos
após a assinatura do Acordo de Paris e um ano após sua entrada em vigor
(4/11/2016), dois terços dos países mais emissores de GEE nem se
colocaram em marcha na direção de atingir suas metas climáticas
compromissadas em Paris[17].
O ano de 2017 foi também o ano em que Donald Trump decidiu abandonar
explicitamente o Acordo, enquanto a Alemanha desistiu de suas metas de
redução de emissões de GEE para 2020. Como declarou ao The Financial Times
Tobias Austrup, do Greenpeace da Alemanha, “isso prejudica a
credibilidade da Alemanha, mas prejudica também o inteiro processo
internacional sobre o clima. Por que outros países deveriam manter suas
metas climáticas se nós não as mantemos?”[18].
De fato, 25 dos 28 países da União Europeia não estão se movendo na
direção de cumprir suas próprias metas. Para Femke de Jong, diretor do
Carbon Market Watch, “os governantes da União Europeia, que se retratam
como líderes climáticos, deveriam colocar seu dinheiro onde está sua
boca, tratando de fechar as brechas na legislação climática europeia e
pressionando por mais ambição”[19].
O Brasil, sétimo maior emissor de GEE do mundo, realizou a proeza do
desacoplamento negativo: o PIB diminuiu enquanto as emissões
antropogênicas brasileiras de GEE aumentaram 8,9% em 2016 em relação a
2015, “com crescimento expressivo da contribuição do desmatamento na
poluição climática gerada pelo país”[20].
Um esforço de guerra
sem precedentes
sem precedentes
Segundo o que reporta a Reuters do já citado relatório do IPCC, ainda inédito:
“Não há precedentes históricos na escala de mudanças requeridas no
uso de energia para transitar dos combustíveis fósseis a energias
renováveis, e para as reformas na agropecuária e na indústria, de modo a
que [o aquecimento médio global] permaneça abaixo do limite de 1,5º C.
(...)”
Para desviarmos de nosso curso, seria hoje necessário, portanto, um
esforço de guerra maior que qualquer outro já empreendido na história do
capitalismo. O que está ocorrendo, contudo, é um esforço de guerra das
petroleiras e da rede corporativa dela dependente no sentido de
desinformar e manter paralisada nossa civilização termo-fóssil. Eis o
último resultado desse esforço: em 2017, as emissões antropogênicas
globais de CO2 aumentaram ainda cerca de 2% (entre 0,8% e 3%) e 3,5% na China, com novo incremento do consumo de carvão nesse país[21].
A que distância estamos de uma aceleração irreversível ou mesmo de
uma transição abrupta das mudanças climáticas, capaz de condenar a
civilização contemporânea a um colapso socioambiental? Não é ainda dado
sabê-lo. Mas sabemos que em 2017 diminuíram ainda mais as chances já
diminutas de evitar o perigo que motivou o Acordo de Paris, vale dizer, a
catástrofe climática de um aquecimento médio global superior a 2º C
acima do período pré-industrial, nível que pode desencadear e tornar
inelutáveis aquecimentos sucessivos. Segundo Michael Mann, Robert
Jackson e um número crescente de cientistas, essa catástrofe pode-se
tornar realidade dentro de dois decênios[22].
Por aterrorizante e iminente que seja, tal perspectiva não tem
suscitado as “mudanças requeridas no uso de energia” exortadas pelo
IPCC. Ao contrário, segundo a Energy Information Administration (EIA),
em 2017 o consumo mundial de petróleo ultrapassou 98,39 milhões de
barris de petróleo por dia (MMbb/d), contra 96,95 MMbb/d em 2016.
Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), “a demanda por petróleo aumentará nos próximos cinco anos, superando em 2019 o marco simbólico dos 100 MMbb/d e atingindo 104 MMbb/d até 2022”[23]. Nos cálculos da EIA, o marco dos 100 milhões de barris por dia será superado já em 2018[24].
Os jovens, que sofrerão em breve as consequências brutais desse consumo, terão razão de desprezar a atual geração de adultos, a primeira que pode saber cientificamente o que o futuro nos reserva e a última que ainda pode fazer algo para evitá-lo, mas está preferindo deixar um legado de indiferença ou de retóricas tranquilizantes de “desenvolvimento sustentável”. 2017 é o retrato em miniatura desse legado.
Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), “a demanda por petróleo aumentará nos próximos cinco anos, superando em 2019 o marco simbólico dos 100 MMbb/d e atingindo 104 MMbb/d até 2022”[23]. Nos cálculos da EIA, o marco dos 100 milhões de barris por dia será superado já em 2018[24].
Os jovens, que sofrerão em breve as consequências brutais desse consumo, terão razão de desprezar a atual geração de adultos, a primeira que pode saber cientificamente o que o futuro nos reserva e a última que ainda pode fazer algo para evitá-lo, mas está preferindo deixar um legado de indiferença ou de retóricas tranquilizantes de “desenvolvimento sustentável”. 2017 é o retrato em miniatura desse legado.
[1] Cf. MET Office, “Five-year forecast indicates further warming”, 31/I/2018
https://www.metoffice.gov.uk/news/releases/2018/decadal-forecast-2018.
[2] Cf. James Hansen, “Why I must speak out about climate change”. Ted Talk, 2012 https://www.ted.com/talks/james_hansen_why_i_must_speak_out_about_climate_change#t-384684.
[3] Cf. Alister Doyle, “Warming set to breach Paris accord’s toughest limit by mid century: draft”. Reuters, 18/I/2018.
[4] Cf. Climate Central Research Report, “Flirting with the 1.5°C Threshold”. 20/IV/2016
http://www.climatecentral.org/news/world-flirts-with-1.5C-threshold-20260.
[5]
A Oscilação Interdecenal do Pacífico (IPO) é uma oscilação de longo
prazo (15 a 30 anos) nas temperaturas superficiais do Oceano Pacífico.
Embora suas interações com outras variáveis climáticas, tais como a
Oscilação Sul do El Niño (ENSO) e a Oscilação Decadal do Pacífico (PDO),
não sejam ainda bem entendidas, é sabido que as fases positiva e
negativa do IPO afetam a força e a frequência dos fenômenos de El Niño e
La Niña. Cf. M. J. Salinger, J.A. Renwick & A.B. Mullan,
“Interdecadal Pacific Oscillation and South Pacific climate”.
International Journal of Climatology, 30/XI/2001: “O IPO é uma fonte
significativa de variação climática nas escalas decenais de tempo em
toda região do SO do Pacífico, num contexto que inclui aumentos da
temperatura média superficial do planeta”.
[6]
Cf. Bob Berwyn, “Europe's Hot, Fiery Summer Linked to Global Warming,
Study Shows”. Inside Climate News, 27/IX/2017: “The summer of 2003 is
still the hottest on record for the whole of Europe, although 2017 was
hotter in the Mediterranean region”.[7] Cf. Reinaldo José Lopes e Carlos Fioravanti, “Ondas de calor mais intensas, longas e frequentes”. Revista Pesquisa Fapesp, XII/2017, pp. 26-29.
[8] Cf. Chris Fawkes, “Is climate change making hurricanes worse?”. BBC, 30/XII/2017.
[9] Cf. Cleide Carvalho, “Brasil termina 2017 com número recorde de queimadas desde 1999”. O Globo, 18/XII/2017.
[10] Cf. NOAA, “U.S. coral reefs facing warming waters, increased bleaching. Hotter-than-normal ocean temperatures continue for 3rd consecutive year”. 20/VI/2016.
[12] Cf. Peter J. Gleckler et al., “Industrial-era global ocean heat uptake doubles in recent decades”. Nature Climate Change, 6, 18/I/2016, pp. 394-398.
[13] Cf. Lijing Cheng et al., “Improved estimates of ocean heat content from 1960 to 2015”. Science Advances, 10/III/2017.
[14] O Joule (J) é, aqui, a unidade de energia dissipada como calor quando uma corrente elétrica de um ampere passa pela resistência de um ohm por um segundo. Em termos práticos, é a energia requerida para aumentar a temperatura de 1 ml de água até 0,24 oC.
[15] Cf. Lijing Cheng & Jiang Zhu, “2017 was the Warmest Year on Record for the Global Ocean”.
Advances in Atmospheric Sciences, 34, março, 2018, pp, 261-263.
[16] Cf. Rebecca Lindsey, “Climate Change: Global Sea Level, NOAA, 11/IX/2017: “Sea level continues to rise at a rate of just over one-eighth of an inch (3.4 mm) per year, due to a combination of melting glaciers and ice sheets, and thermal expansion of seawater as it warms”.
[18] Cf. Akshat Rathi, “If Germany can’t hit its own climate goals to help the world, can anybody else?”. Quartz, 10/I/2018.
[19] Cf. Arthur Neslen, “Only Sweden, Germany and France among EU are pursuing Paris climate goals, says study”. The Guardian, 28/III/2017 e Carbon Market Watch, EU Climate Board. Policy Briefing, III/2017 (em rede).
[20] Cf. Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG). http://plataforma.seeg.eco.br/total_emission.
[21] Cf. Corinne Le Quéré et al., “Global Carbon Budget 2017”. Earth System Science Data, 13/XI/2017: “For 2017, preliminary data indicate a renewed growth in EFF [Emissões de combustíveis fósseis] of +2.0 % (range of 0.8 % to 3.0 %)”. Veja-se também “Analysis: Global CO2 emissions set to rise 2% in 2017 after three-year ‘plateau’, CarbonBrief, 13/XI/2017.
[22] Vejam-se, entre outros, Michael E. Mann, “Earth Will Cross the Climate Danger Threshold by 2036”. Scientific American, 1/IV/2014; R. B. Jackson, P. Friedlingstein, J. G. Canadell, R.M. Andrew, “Two or three degrees: CO2 Emissions and Global Temperature Impacts”. The Bridge on Energy, the Environment, and Climate Change, 3/VII/2015.
[23] Cf. AIE, “Energy Snapshot”, 6/IV/2017.
[24] Cf. EIA, “Short-Term Energy Outlook”, 9/I/2018.
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