04 Outubro 2017
Realmente remonta ao ano de 1200 o “Saco de São Francisco”, uma relíquia conservada no mosteiro de Folloni, perto de Montella (Avellino), na Campânia, Itália. E o seu conteúdo, segundo os cientistas e como conta a lenda, seria justamente pão. Foi o que revelou um estudo publicado na Radiocarbon, revista da Cambridge University Press, e realizado por Ilaria Degano e Maria Perla Colombini, da Universidade de Pisa, com os pesquisadores da University of Southern Denmark e da Leiden University (Holanda).
A reportagem é do jornal La Repubblica, 02-10-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
De acordo com a lenda, o saco de pão teria aparecido no limiar do mosteiro de Folloni no inverno de 1224, enviado por São Francisco graças a um anjo para saciar os monges sitiados pela neve e pelos lobos. Confrontando milagre e ciência, explica uma nota da Universidade de Pisa,
“o estudo, portanto, previu a datação por radiocarbono de um fragmento
do saco e a análise dos rastros sobreviventes de pão por parte do grupo
de trabalho de Ciências Químicas Aplicadas aos Bens Culturais”.
“A datação do radiocarbono – enfatiza Ilaria Degano –
posiciona a amostra com alta probabilidade entre 1220 e 1295,
confirmando, portanto, a idade da relíquia. E as análises realizadas por
cromatografia de gases com revelação por espectrometria de massa
revelaram a presença de ergosterol, que é justamente um marcador
molecular conhecido nos estudos arqueométricos como indicador de
fermentação para a produção de cerveja ou pão”.
Por fim, de acordo com a professora de Pisa, “é
muito interessante do ponto de vista analítico que um marcador molecular
tenha conseguido se conservar em amostras tão antigas, mas, para termos
certeza dos resultados e excluir o risco de contaminação, examinamos
também outros objetos conservados juntos com a relíquia, nos quais não
encontramos nenhum vestígio de ergosterol”.
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