Na sexta feira passada um jornalista de O Globo me procurou para perguntar sobre os fundamentos éticos da resistência de Lula e do PT à decisào que aumentou sua pena, em Porto Alegre. Era evidente que a pergunta já vinha com resposta certa, definida pelo jornal: a atitude do político e de seu partido seria contrária à ética... Sabendo, pela própria formulação, o que desejava o repórter, dei-lhe uma longa aula sobre o direito de resistência, dos monarcômacos franceses aos puritanos ingleses, deles aos nossos dias. Exemplifiquei: existe autorização para o porte de armas nos EUA, devido ao direito de resistência, consagrado na tradição jurídica democrática. Citei livros, como O Direito dos Magistrados, Vindiciae contra Tyrannos, etc. Enfim, mostrei por A mais B que o caso exigiria examinar o bem fundado (ou não) do que defende o PT e seu líder. Mas que se tratava de coisas distintas, embora unidas. À medida que eu falava, o entusiasmo notoriamente foi substituído, no outro lado do telefone, pela irritação. Assim que conseguiu, ele articulou um "obrigado, professor"e desligou. Hoje, domingo, o editorial de O Globo diz exatamente o que o menino queria ouvir de mim.
Bom Raul Seixas: "eu não preciso ler jornais....". Bom domingo, embora no Brasil, para todos!
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