Fórum é aberto com homenagens e palestra sobre ética e diálogo
O 15.º Fórum de Extensão e Cultura da UEM foi aberto hoje e segue até amanhã com apresentação de mais de 200 trabalhos
Ao falar de ética universitária Romano disse que nos últimos 50 anos as universidades responderam pela construção de uma rede de conhecimento e de capacitação técnica que poderia colocar o Brasil em igualdade com países com a Itália, por exemplo. Porém “a guerra ao saber”, que parece ter sido deflagrada pelos dirigentes do país, traça um futuro incerto.
E neste contexto o tempo está causando um efeito devastador e um atentado à produção do conhecimento, segundo Romano, referindo-se aos prazos estabelecidos pelos órgãos avaliadores. “O tempo cronológico não corresponde ao tempo da pesquisa. Se você apressa o seu processo de pesquisa tendo em vista o tempo burocrático que foi dado pela Capes, há o risco de mutilar o objeto da pesquisa”, pontuou.
“Se queremos um país forte, precisamos ter saberes. Se há guerra ao saber não podemos esperar grandes mudanças”, afirmou o professor da Unicamp.
Romano não fala em falta de ética, nem atribui ao conceito o conjunto de práticas e valores corretos. Resumidamente, ele diz que o estudo da ética engloba todo o comportamento coletivo humano que se traduz em hábitos e automatismos, que muitas vezes são difíceis de mudar. Destacando que a diferença se faz na nossa capacidade de quebrar o hábito, ele atribui esse poder à Ciência.
Criticando proporção do corte de verba para pesquisa no Brasil, inédita segundo o palestrante, e o movimento de privatização das universidades públicas, Romano disse que a extensão é “a flor do organismo universitário e que o florescimento depende de raízes sadias”.
Solenidade de abertura – A mesa de abertura do Fórum foi composta pelo reitor da UEM, Mauro Baesso, pelas pró-reitoras de Extensão e Cultura, de Ensino e de Pesquisa e Pós-Graduação, respectivamente, Itana Gimez, Ana Obara e Célia Regina Tavares Grahen, e ainda pelas diretoras de Extensão e de Cultura, Erica Cintra e Marivânia Araújo.
Em discurso, Baesso disse que a extensão de um perfil de universidade que carregue em seu DNA a vocação para a integração entre ciência, tecnologia, sociedade e ética. E lembrando que a UEM possui mais de 30 cursos voltados para a formação de professores, o reitor citou um problema crescente que diz respeito aos estudantes em idade escolar que estão fora da escola e não concluem o ensino médio. Segundo o reitor, é uma situação que o país precisa enfrentar o quanto antes.
Baesso também teceu críticas à classe política que vem atacando o modelo de universidade pública. “Não há universidade de qualidade se não houver professores com dedicação exclusiva. Do mesmo modo que não haveria extensão se os docentes fossem remunerados por hora aula”, falou Baesso.
O reitor também destacou que dos 62 cursos de graduação da UEM, metade foi criada nos últimos 15 anos. Alguns ainda funcionam com 100% dos professores temporário. “Significa que a UEM ainda tem muito espaço para crescer. Contudo, a Universidade não poderá expandir-se caso permaneça a atual política de Estado”, disse o reitor.
Homenagens – A abertura do 15.º Forext UEM também foi marcado por homenagens aos extensionistas recém-premiados pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o professor Ednaldo Michellon e o acadêmico João Pedro Mariano dos Santos.
Outros homenageados foram os professores Lucas Frediani Sant'Anna (DGE) e Ana Paula Vidotti (DCM) e mais sete alunos integrantes da Operação Rondon, realizada em Cambará. Além do professor Décio Calegari (DEF), que coordenou o trabalho Perfil dos atletas participantes dos Jogos Universitários Paralímpicos Brasileiros, eleito o melhor pôster em um evento científico internacional, promovido pelo Comitê Paralímpico Internacional.
A solenidade ainda contou com apresentação do Coral Feminino do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, sob regência da professora Andréia Anhezini.
O 15.º Forext UEM segue até esta terça-feira, dia 10 e durante os dois dias do evento serão apresentados os resultados dos diferentes Projetos de Extensão e Cultura da UEM produzidos ao longo do ano letivo de 2017. Ao todo foram aceitos 204 trabalhos em 24 sessões de pôster. A programação ainda inclui duas mesas-redondas.
O encerramento do Forext será na terça-feira, dia 10, às 19h45 com apresentação da peça O Auto da Barca do Fisco que fomentará o debate sobre cidadania. O evento será no TUM - Teatro Universitário.
O
Fórum é uma realização da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, através
das Diretorias de Extensão e de Cultura, e da Pró-Reitoria de Ensino,
com apoio da Caixa Econômica Federal.
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