A qualidade profissional de setores jornalísticos está em queda brutal. Não basta o rapazote ou moçoila serem pessimamente educados e sem polidez. Agora, eles NADA sabem mesmo sobre os assuntos que devem analisar. Nem a Dona Wikipédia é revista por eles. A Folha de São Paulo de hoje (não assino o dito jornal, recebi por engano do entregador) traz uma imensa reportagem sobre Aparecida do Norte. Além dos truques "jornalísticos"que denunciam ao leitor : "é o Falha de São Paulo", falha perene porque o jornal tem a pretensão didascálica mais ridícula do país e seus profissionais nunca estudam, aquela matéria tem primores de apedeutas. Como "diminui o número dos que que ADORAM a imagem da Aparecida".
Santo Zeus! É de fazer as Torres Gêmeas desabarem, sem ajuda de Bin Laden! A analfabeta, "enviada especial a Aparecida" (especial, mesmo!) se for evangélica e acreditar que de fato católicos "adoram" imagens, deveria deixar o jornalismo, porque tal atividade exige respeito a todas as crenças e informações exatas. Ela não pode fazer proselitismo num jornal pago por católicos, budistas, umbandistas, ateus, evangélicos, etc.
Se ela ignora a distinção, já definida no Segundo Concilio de Nicéia, nos inícios da era cristã, entre doulia e reverência, deveria voltar para os bancos escolares, rápido. Mas como é assim, a mocinha (ou moçona, pouco importa) enuncia tolices com ares de sapiência. Se pode ler algo em lingua francêsa, ela deveria consultar o erudito e bem escrito livro de Schonbörn, Christoph (cardeal austríaco que foi muito indicado para o pontificado papal no último conclave) : L 'icône du Christ (ed. Du Cerf). Claro, alí se mostra a história da querela das imagens, o problema dos arianos, as soluções dadas pelos padres da igreja. Ele discute longamente a crítica de "adoração de imagens"feita pelos arianos (Deus infinito não pode ser limitado a algo finito, como as imagens) platonizantes (toda a carga do neo platonismo contra a imagem é mantida pelos seguidores de Arius). Talvez o fino católico e teólogo não apresente a sabedoria, que talvez informe a jornalista, de um Edir Macedo. Mas pelo menos as bobagens mais grossas seriam evitadas.
Quanto ao número de evangélicos e católicos, pouco importa, a não ser para quem vive a cultura vazia do Datafolha. Ou Datafalha.
Aquela cultura tenta substituir por números saberes sobre política, educação, problemas de gênero, etc. Tantos por cento acham isso ou aquilo: vale apenas para a doxa, ou o ouvir dizer. Cultura rasa como a cabeça dos que circulam ao redor do trono, com zumbaias e rapapés. O trono está posto na "sala da redação", lugar de onde brotam as tolices, os preconceitos, a má fé em pleno vigor. Roberto Romano
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