Guilherme Azevedo
Do UOL, em São Paulo
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  • Edson Lopes Jr/UOL
    Lula interage com militantes no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Paulo, durante o julgamento no TRF4
    Lula interage com militantes no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Paulo, durante o julgamento no TRF4
O filósofo e professor Roberto Romano, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), avalia que a decisão que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em segunda instância, no caso do tríplex em Guarujá (SP), "foi impensada".
"A decisão não abarcou a complexidade da situação política em que nós vivemos", afirmou. Segundo Romano, os eleitores de Lula, em grande medida de origens mais pobres, não têm uma relação de confiança com o Judiciário brasileiro.
"Ao contrário, é uma relação dos setores mais pobres ou de estranheza ou de animosidade contra esses juízes."
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O estudioso exemplifica a relação conflituosa entre a Justiça e os mais pobres com a crise da segurança pública, do sistema prisional e da escalada da violência, que afeta muito o cidadão comum.
"Não seria o caso de pedir [aos juízes da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre] uma decisão populista, mas um compromisso com a sociedade em que vivemos", ressalvou.
Para Romano, a hora, agora, é de ponderação, contra a possibilidade de radicalizações que ameacem a própria democracia brasileira e aprofundem ainda mais o quadro atual de incerteza, em todos os campos, político, econômico e social.
"Esse momento não é para atingir e piorar ainda mais nossas contradições, mas de todos os partidos e políticos voltarem para as suas bases e redefinirem as prioridades para o país. Precisamos de projetos de nacionalidade. Não podemos colaborar para o caos."

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