Fórum é aberto com homenagens e palestra sobre ética e diálogo
O 15.º Fórum de Extensão e Cultura da UEM foi aberto hoje e segue até amanhã com apresentação de mais de 200 trabalhos
Os presentes na abertura do 15.º Fórum de Extensão e Cultura da
Universidade Estadual de Maringá (Forext UEM), realizada nesta
segunda-feira (9), fizeram um minuto de silêncio em memória do reitor da
Universidade Federal de Santa Catarina, Luiz Carlos Cancellier de
Olivo, encontrado morto no último dia 2, em um shopping na cidade de
Florianópolis. O nome de Cancellier ainda veio à tona na palestra de
abertura do evento, proferida pelo professor de ética e filosofia da
Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Roberto Romano, que prestou
uma homenagem ao reitor morto.
Ao falar de ética universitária Romano disse que nos últimos 50 anos
as universidades responderam pela construção de uma rede de conhecimento
e de capacitação técnica que poderia colocar o Brasil em igualdade com
países com a Itália, por exemplo. Porém “a guerra ao saber”, que parece
ter sido deflagrada pelos dirigentes do país, traça um futuro incerto.
E neste contexto o tempo está causando um efeito devastador e um
atentado à produção do conhecimento, segundo Romano, referindo-se aos
prazos estabelecidos pelos órgãos avaliadores. “O tempo cronológico não
corresponde ao tempo da pesquisa. Se você apressa o seu processo de
pesquisa tendo em vista o tempo burocrático que foi dado pela Capes, há o
risco de mutilar o objeto da pesquisa”, pontuou.
“Se queremos um país forte, precisamos ter saberes. Se há guerra ao
saber não podemos esperar grandes mudanças”, afirmou o professor da
Unicamp.
Romano não fala em falta de ética, nem atribui ao conceito o conjunto
de práticas e valores corretos. Resumidamente, ele diz que o estudo da
ética engloba todo o comportamento coletivo humano que se traduz em
hábitos e automatismos, que muitas vezes são difíceis de mudar.
Destacando que a diferença se faz na nossa capacidade de quebrar o
hábito, ele atribui esse poder à Ciência.
Criticando proporção do corte de verba para pesquisa no Brasil,
inédita segundo o palestrante, e o movimento de privatização das
universidades públicas, Romano disse que a extensão é “a flor do
organismo universitário e que o florescimento depende de raízes sadias”.
Solenidade de abertura – A mesa de abertura do Fórum
foi composta pelo reitor da UEM, Mauro Baesso, pelas pró-reitoras de
Extensão e Cultura, de Ensino e de Pesquisa e Pós-Graduação,
respectivamente, Itana Gimez, Ana Obara e Célia Regina Tavares Grahen, e
ainda pelas diretoras de Extensão e de Cultura, Erica Cintra e
Marivânia Araújo.
Em discurso, Baesso disse que a extensão de um perfil de universidade
que carregue em seu DNA a vocação para a integração entre ciência,
tecnologia, sociedade e ética. E lembrando que a UEM possui mais de 30
cursos voltados para a formação de professores, o reitor citou um
problema crescente que diz respeito aos estudantes em idade escolar que
estão fora da escola e não concluem o ensino médio. Segundo o reitor, é
uma situação que o país precisa enfrentar o quanto antes.
Baesso também teceu críticas à classe política que vem atacando o
modelo de universidade pública. “Não há universidade de qualidade se não
houver professores com dedicação exclusiva. Do mesmo modo que não
haveria extensão se os docentes fossem remunerados por hora aula”, falou
Baesso.
O reitor também destacou que dos 62 cursos de graduação da UEM,
metade foi criada nos últimos 15 anos. Alguns ainda funcionam com 100%
dos professores temporário. “Significa que a UEM ainda tem muito espaço
para crescer. Contudo, a Universidade não poderá expandir-se caso
permaneça a atual política de Estado”, disse o reitor.
Homenagens – A abertura do 15.º Forext UEM também
foi marcado por homenagens aos extensionistas recém-premiados pela
Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o
professor Ednaldo Michellon e o acadêmico João Pedro Mariano dos Santos.
Outros homenageados foram os professores Lucas Frediani Sant'Anna
(DGE) e Ana Paula Vidotti (DCM) e mais sete alunos integrantes da
Operação Rondon, realizada em Cambará. Além do professor Décio Calegari
(DEF), que coordenou o trabalho Perfil dos atletas participantes dos
Jogos Universitários Paralímpicos Brasileiros, eleito o melhor pôster em
um evento científico internacional, promovido pelo Comitê Paralímpico
Internacional.
A solenidade ainda contou com apresentação do Coral Feminino do
Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, sob regência da professora
Andréia Anhezini.
O 15.º Forext UEM segue até esta terça-feira, dia 10 e durante os
dois dias do evento serão apresentados os resultados dos diferentes
Projetos de Extensão e Cultura da UEM produzidos ao longo do ano letivo
de 2017. Ao todo foram aceitos 204 trabalhos em 24 sessões de pôster. A
programação ainda inclui duas mesas-redondas.
O encerramento do Forext será na terça-feira, dia 10, às 19h45 com
apresentação da peça O Auto da Barca do Fisco que fomentará o debate
sobre cidadania. O evento será no TUM - Teatro Universitário.
O
Fórum é uma realização da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, através
das Diretorias de Extensão e de Cultura, e da Pró-Reitoria de Ensino,
com apoio da Caixa Econômica Federa
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