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terça-feira, 23 de janeiro de 2018

O julgamento de Lula, na opinião de Reginaldo Moraes e Roberto Romano

MANCHETE
O julgamento de Lula, na opinião de
Reginaldo Moraes e Roberto Romano

Na sessão que começa às 8h30 desta quarta-feira no TRF4, três desembargadores decidem o destino do ex-presidente

O julgamento considerado crucial para os rumos da política brasileira começa às 8h30 desta quarta-feira, em Porto Alegre. Luiz Inácio Lula da Silva, condenado pelo juiz Sergio Moro, em primeira instância, a nove anos e meio de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, apelou ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) para reverter a sentença e assegurar a sua elegibilidade para a corrida presidencial de 2018. No TRF4, segunda instância das ações da Operação Lava Jato, três desembargadores decidirão o destino do ex-presidente, que é acusado por Moro de receber um tríplex no Guarujá como propina da empreiteira OAS em troca de favores na Petrobras.

Dois articulistas do Jornal da Unicamp, Reginaldo Corrêa de Moraes e Roberto Romano, analisam as circunstâncias do julgamento e procuram antever os cenários políticos com e sem Lula. Moraes afirma que “estamos diante de qualquer coisa menos um ato de direito” e que o que está em curso é um julgamento estritamente político. Romano, por sua vez, recorre à Enciclopedia organizada por Denis Diderot: “Juízes se transformam em árbitros, a lei é subestimada, a defesa se torna impotente”.
 
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IDEIAS
Guardiões da universidade
PETER SCHULZ
 
Muito boa a ideia de levar ao conhecimento da opinião pública a Magna Charta Universitarium, MCU, que o reitor Marcelo Knobel reproduziu e comentou recentemente na imprensa. O texto chama a atenção para um conceito que muitas vezes é afogado no mar das urgências: valores. Knobel destaca que “os valores têm se tornado cada vez mais importantes para as universidades. Não só os valores explícitos no MCU, mas também os valores que as universidades adotam para dar suporte e expressar a sua missão”. Mais adiante acrescenta que “assim, os valores se tornam cada vez mais importantes como base para decisões e operações”. Esses valores precisam de guardiões, como o Observatório da Magna Charta, cujo site merece ser vasculhado, em particular o acervo de relatos e documentos referentes aos eventos especiais.
 
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RESENHA
Outras vozes na história do socialismo chileno
BEATRIZ GUIMARÃES DE CARVALHO (Editora da Unicamp)
As canções de protesto de Victor Jara e Patricio Manns marcaram a chegada da Unidade Popular (UP) e de Salvador Allende à presidência do Chile, em 1970. Os intelectuais daquele país, e a esquerda de maneira geral, entraram em ebulição diante das promessas de mudança. São cenas presentes em diversas obras publicadas desde então. Poucas são, porém, as que investigam e narram tal episódio, bem como seus antecedentes e efeitos, a partir da experiência dos trabalhadores. Aí mora a singularidade do livro O protagonismo popular: experiências de classe e movimentos sociais na construção do socialismo chileno (1964-1973), de Márcia Cury.

Fruto da tese de doutorado defendida pela autora na área de Ciência Política, no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp, o livro coloca na posição de protagonistas personagens comumente secundarizados da história recente do Chile, resgatando percursos vividos dentro e fora dos ambientes de trabalho da zona urbana de Santiago.


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