Flores

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domingo, 11 de fevereiro de 2018

O que eu disse sobre a propaganda e o domínio dos oligarcas nos partidos, em 2014. E depois, eu sou o conservador. Só que os "progressistas"naquele ano, uniram-se a Temer e quejandos, Que progressismo, hein? Texto do Observatório da imprensa

Propaganda enganosa

“O excesso de produção e a construção muito fantasiosa de candidaturas provocam no eleitor uma reação natural de desconfiança e acabam sendo um investimento cujo retorno efetivo é cada vez mais questionável. Eu acho que as campanhas gastam cada vez mais para atingir cada vez menos pessoas e convencê-las efetivamente”, afirmou o cientista político. Coimbra destacou que a legislação eleitoral brasileira precisa ser repensada: “Enquanto tivermos centenas de candidatos aos cargos proporcionais, a complicação da escolha do candidato se agrava a cada eleição. Esse investimento maciço em custos de campanha é uma tentativa de algumas pessoas que têm dinheiro de furar essa enorme dificuldade de contatar o eleitor”.

Para o filósofo Roberto Romano, a propaganda de massa é extremamente eficaz, mobiliza instantaneamente emoções, sonhos e esperanças, mas oferece em troca apenas ilusões. “Não temos nenhuma discussão aprofundada do sistema econômico, do sistema social, do sistema político, da ciência, da tecnologia, da cultura, nesses programas. Nós temos uma tarefa perene de convencimento”, criticou o filósofo. Romano relembrou a clássica obra O estupro das massas pela propaganda política, de Serge Tchakhotine (1883-1973), publicada em 1939. Na avaliação de Romano, com exceção de alguns aspectos, a realidade brasileira atual é a mesma do final da década de 1930: de cada dez pessoas, apenas três conseguem escapar do “encanto” da propaganda política.
Romano vê com preocupação os filmetes “absolutamente magníficos” que vendem felicidade. “A propaganda tende perigosamente a tornar um processo que é democrático em um processo autoritário”, criticou o filósofo. Dines perguntou como é possível dar início uma mobilização da sociedade em torno da reforma política. Romano explicou que um primeiro passo da mudança nas instituições políticas poderia ser a democratização dos partidos políticos: o estabelecimento de um tempo máximo para que os dirigentes partidários fiquem nos cargos e a adoção de eleições primárias nos partidos poderiam dar mais voz aos militantes. “Os partidos têm donos que muitas vezes estão na direção ha mais de trinta anos. Eles controlam os cofres, a destinação do Fundo Partidário, as alianças, o tempo de TV, e permitem que candidatos cheguem à televisão ou não”, disse Romano.

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