Barão de Antonina passa a ter sua história registrada em livro
Na noite de sábado(09), no Centro
Cultural “Profª Leonor Harue Fukuoka, o escritor Luiz Gonzaga de
Carvalho fez o lançamento da obra “Barão de Antonina o despertar de uma
cidade”. Para custear a impressão do livro, o autor contou com a
colaboração de Nádia Luch que se encarregou de obter doações de empresas
e famílias. Toda a renda está sendo revertida para o Fundo Social de
Solidariedade do município, onde os interessados poderão adquirí-lo por
R$ 20,00 cada exemplar. Para os que residem fora, o telefone de contato
do Fundo Social é o (15) 3573-1133. No final, fotos do evento.
Com apresentação do radialista Jair
Patriarca, o evento contou com as presenças do prefeito Silvio Melo e
dos ex-prefeitos Chico Neres, Joaquim Proença, Leôncio e Vicente
Furtado. No final teve a apresentação do coral local, o Coral Infantil e
Juvenil Musicanto, sob a regência da maestrina Valdicélia Carvalho, e
após, um coquetel para o público presente.
Em 206 páginas, com a colaboração de
informações também de Nádia Luch e da professora Lúcia Helena Müller de
Oliveira, o autor, que atuou como professor na cidade resgatou fatos e
fotos desde as primeiras movimentações, em 1914, para a criação do então
Núcleo de Colonização Barão de Antonina, que além de brasileiros
recebeu imigrantes de 16 nacionalidades da Europa e Ásia. Existiu um
tempo em que a localidade chegou a ter mais de 300 famílias de
imigrantes, entre esses as famílias Luch, Bujokas, Vagacs, Baumguertner,
Chiscuic, Grimaloff, Katachinsky, Sorokin, Tamerik, Mazenko, Elsner,
Dudly, Burdiak, Klends, Adzgauskas, Romanoff, Bohatin, Zeman, Dittman,
Wippich, Kioka, Tidimam, Struminski, Meskaukas, Ital, Fukuoka, Katayama,
Takeshita, Kuharashi, Kanekyo, Suguy, Obuti e Watanabe.
Como numa viagem de 100 anos, Luiz
Gonzaga de Carvalho conta a história do município desde a 1ª capela, o
1º padre, os primeiros comércios, o 1º hospital e seu médico, e o 1º
estabelecimento de ensino.
“O que nos levou a elaborar o presente
trabalho foi o fato de se tratar de um município relativamente novo e
porque nele atuando como professor há poucas décadas antes de sua
emancipação política, tivemos contato com algumas das primeiras famílias
brasileiras e estrangeiras ali alocadas, muitas das quais guardavam e
guardam memórias interessantes, desde 1 914, quando das primeiras
providências para a instalação do Núcleo de Colonização, fato que, com
certeza, facilitará nossa empreitada de relatar os detalhes de suas
memórias.
A história e desenvolvimento de Barão
estão ligados à necessidade da ocupação territorial que se fez não só
por colonos brasileiros, mas também de dezesseis nacionalidades
diferentes da Europa e Ásia, provocando um choque de culturas, abalando
usos, costumes e a comunicação de difícil adaptação, principalmente, em
função de línguas e culturas diferentes além, é claro, de hábitos de
alimentação, profissões, religiões e até entretenimentos, considerado
ainda o fato de estes imigrantes serem profissionais de atividades
alheias as que aqui deveriam exercer na agricultura, pois entre eles
havia ferreiros, sapateiros, carpinteiros e até professores. E estando
alguns destes ainda vivos, lúcidos e fortes, levou-nos a nos interessar e
a encontrar amplos elementos para pesquisas muito interessantes,
focando suas sérias dificuldades de recomeço e adaptação de vida a um
meio inteiramente novo e, de certa forma, hostil.
As diferentes línguas e costumes foram os elementos que mais afetaram
a convivência e a integração dos colonos estrangeiros. Mas como estes
eram minoria diante da maioria de brasileiros natos, contando com a boa
vontade de ambas as partes construiu-se, sob a orientação, administração
e investimento do Estado uma integração razoável das múltiplas
nacionalidades, trazendo à região grande progresso, especialmente, como
deveria ser, na área agrícola-pastoril, mas não sem muito sacrifício,
sofrimento e determinação desses heróis estrangeiros europeus e
asiáticos, homens e mulheres que, com a parcela brasileira, tiveram de
se adaptar às atividades rurais, a partir de matas fechadas, condições,
totalmente, alheias as suas vivências, formações e bem como de suas
crianças que, a partir de então, viveram e cresceram nas lides rurais,
embora alguns poucos, depois de algum tempo, tenham se aventurado na
área comercial na sede administrativa.
Houve época que se juntou no espaço demarcado do Núcleo até 316
famílias de nacionalidades diferentes, tendo os administradores da
Colônia o cuidado de não concentrar em lotes vizinhos famílias da mesma
etnia visando, assim, integrá-los aos costumes e identidade nacional e
impedir a formação de quistos contrários aos sentimentos e interesses de
brasilidade.
Assim, sob a orientação, administração e investimentos do Estado,
através do Departamento de Colonização e Imigração, conseguiu-se uma
integração satisfatória das múltiplas nacionalidades, aos poucos se
acomodando e se integrando aos costumes de nossa gente, trazendo à
região, em poucos anos, grande progresso, especialmente, como deveria
ser, na área agrícola-pastoril.
À medida que a produção crescia, o Estado colocava à disposição dos
colonos, através do Centro de Administração, recursos como: serraria,
olaria, máquinas de beneficiar arroz, algodão, moendas de fubá, posto de
monta, farmácia, hospital, centro recreativo, além de recursos para
abertura e conservação de estradas.
Nascia assim, em 1 929, com um projeto totalmente estruturado, o
Núcleo Colonial “Barão de Antonina”, homenageando-se João da Silva
Machado, o Barão de Antonina, doador das terras que, em 1 944, passou a
Distrito da Comarca de Itaporanga e em 1965, desligada desta, foi
elevada a Município.
De lá a esta parte, Barão só fez crescer e merece uma análise mais
demorada e detalhada do seu desenvolvimento socioeconômico e cultural,
como homenagem aos heróis, na maioria anônimos que acreditou e outros
tantos que têm posto toda sua fé no seu futuro que há de ser brilhante.
Daí nossa decisão de narrar suas epopeias que a vivência com nosso
caboclo ajudaram a construir a história do município de Barão de
Antonina” , fala Luiz Gonzaga de Carvalho sobre a sua obra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.